Links de Acesso

Aumentam apelos à responsabilização de Israel pelo ataque aéreo em Gaza


Palestinianos inspeccionam um veículo com o logótipo da World Central Kitchen destruído por um ataque aéreo israelita em Deir al Balah, na Faixa de Gaza, a 2 de abril de 2024.
Palestinianos inspeccionam um veículo com o logótipo da World Central Kitchen destruído por um ataque aéreo israelita em Deir al Balah, na Faixa de Gaza, a 2 de abril de 2024.

Esta quinta-feira, 4, foram lançados mais apelos para que Israel responda pelo ataque aéreo a um comboio em Gaza que matou sete trabalhadores humanitários da World Central Kitchen.

O Presidente dos EUA, Joe Biden, e o Primeiro-Ministro israelita, Benjamin Netanyahu, deverão falar ainda esta quinta-feira, no seu primeiro telefonema desde o ataque.

O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Matthew Miller, disse aos jornalistas na quarta-feira, 3, que Israel precisa de melhores medidas para proteger os trabalhadores humanitários e os civis.

A World Central Kitchen disse que pediu à Austrália, Grã-Bretanha, Canadá, Polónia e Estados Unidos para exigir "uma investigação independente e de terceiros sobre esses ataques, incluindo se eles foram realizados intencionalmente ou violaram o direito internacional".

Entre os mortos no ataque de segunda-feira, 1, contam-se um palestiniano, três cidadãos britânicos, um cidadão polaco, um australiano e um cidadão canadiano-americano.

"Uma investigação independente é a única forma de determinar a verdade sobre o que aconteceu, garantir a transparência e a responsabilização dos responsáveis e evitar futuros ataques a trabalhadores humanitários", afirmou a World Central Kitchen num comunicado.

O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, disse aos jornalistas na quinta-feira que a resposta de Israel não foi suficientemente boa, "incluindo que isto é apenas um produto da guerra".

"O direito humanitário internacional deixa muito claro que os trabalhadores humanitários devem poder fornecer essa ajuda e assistência sem a ameaça de perder a vida", disse Albanese.

equipa da World Central Kitchen (topo E. para D): australiano Lalzawmi (Zomi) Frankcom, Polaco Dami Sobol, Britânico James Kirby, Palestinian Saifeddin Issam Ayad Abutaha, (baixo E. para D) Britânico James (Jim) Henderson, Britânio John Chapman, US-Canadiano Jacob Flickinger
equipa da World Central Kitchen (topo E. para D): australiano Lalzawmi (Zomi) Frankcom, Polaco Dami Sobol, Britânico James Kirby, Palestinian Saifeddin Issam Ayad Abutaha, (baixo E. para D) Britânico James (Jim) Henderson, Britânio John Chapman, US-Canadiano Jacob Flickinger

O primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, disse numa conferência de imprensa esta quinta-feira que a Polónia espera uma explicação sobre o que aconteceu, bem como uma compensação para as famílias das vítimas.

O Pentágono declarou que o Secretário da Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, "exprimiu a sua indignação face ao ataque israelita" durante uma chamada telefónica com o Ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, na quarta-feira.

"O Secretário Austin afirmou que esta tragédia reforçou a preocupação expressa sobre uma potencial operação militar israelita em Rafah, focando especificamente a necessidade de assegurar a evacuação dos civis palestinianos e o fluxo de ajuda humanitária", disse o secretário de imprensa do Pentágono, Major-General Pat Ryder, num comunicado.

Austin também citou a necessidade de aumentar, rapidamente, a quantidade de ajuda que entrará em Gaza nos próximos dias, "particularmente para as comunidades do norte de Gaza que estão em risco de fome", disse Ryder.

O chefe das forças armadas de Israel, Herzi Halevi, considerou o ataque um "grave erro", que atribuiu a um "erro de identificação" noturno.

Netanyahu prometeu que o "caso trágico" seria investigado "até ao fim".

O ataque de outubro do Hamas a Israel matou 1200 pessoas, segundo os dados israelitas, e levou à captura de cerca de 250 reféns.

A contraofensiva de Israel em Gaza matou, até agora, pelo menos 33 037 pessoas, dois terços das quais mulheres e crianças, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, dirigido pelo Hamas. O exército israelita afirma que um terço dos mortos eram militantes.

c/AP, Reuters e AFP

Fórum

XS
SM
MD
LG