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Angola: Centrais Sindicais falam de 95 por cento de adesão à greve da função pública


Luanda, Angola (Foto de Arquivo)
Luanda, Angola (Foto de Arquivo)

Apesar da paralisação ter deixado os trabalhadores em casa, seis sindicalistas foram detidos e vários grevistas sofreram ameaças.

As centrais sindicais angolanas avaliam como positivo o primeiro dia da greve geral que decorre desde esta quarta-feira, 20, até sexta-feira, 22, na sua primeira fase.

Greve nacional da função pública com adesão de 95%, dizem sindications angolanos - 3:01
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A adesão, segundo a Força Sindical, a União Nacional dos Trabalhadores de Angola-Confederação Sindical (UNTA-CS) e a Central Geral de Sindicatos Independentes e Livres de Angola (CGSILA), é de 95 por cento.

A greve visa exigir o aumento do salário mínimo nacional.

Apesar da paralisação ter deixado os trabalhadores em casa, sem qualquer manifestação ou ação de rua, seis sindicalistas foram detidos e posteriormente liberados e vários grevistas sofreram ameaças.

“Reforma unida, jamais será vencida. A bandeira do Presidente é contra corrupção”, foi desta forma que centenas de trabalhadores presentes na sede do Ministério da Administração Pública, Emprego e Segurança Social, MAPESS gritaram palavras de ordens.

Lugares vazios e sindicalistas detidos

Escolas fechadas, hospitais sobrecarregados e conservatórias a operar com serviços mínimos deram corpo ao primeiro dia de greve em diversas províncias do país.

Em várias localidades, além de ameaças, houve detenção de sindicalistas, conforme Teixeira Cândido, porta-voz da comissão de greve.

“As centrais sindicais saúdam todos os trabalhadores de Cabinda ao Cunene, que aderiram hoje à greve geral, porém, condenam a atitude abusiva de agentes da Polícia Nacional que retiveram alguns trabalhadores nas cidades do bengo e do Huambo, violando o direito à greve, constitucionalmente consagrado”, afirmou o sindicalista, acrescentando que "as centrais sindicais reservam-se ao direito de intentar ações judiciais contra agentes da Polícia Nacional e gestores das unidades hospitalares por violação da lei da greve".

Ainda de acordo com a nota assinada por Teixeira Cândido, as centrais "apelam á libertação incondicional dos sindicalistas Abrão Messamessa Faustino (funcionário da Educação), Narciso Chipalavela e Laurindo Chipesse Mário (ambos funcionários da ENDE), sob pena de desencadearem manifestações públicas a nível nacional”.

Os motivos da greve

A Força Sindical, a União Nacional dos Trabalhadores de Angola-Confederação Sindical (UNTA-CS) e a Central Geral de Sindicatos Independentes e Livres de Angola (CGSILA) denunciaram e exigiram "o fim da coação sobre os delegados provinciais da justiça exercida pelo Ministério da Justiça e Direitos Humanos, através de orientações superiores distribuídas por mensagens de whatsapp”.

Aquelas centrais sindicais afirmaram que a "adesão à greve no seu primeiro dia situou-se na ordem de 95%, a nível nacional, e apelam a todos os trabalhadores para que se mantenham firmes nesta luta pela sobrevivência, pois não se trata de uma mera greve, mas de uma luta pelo resgate da dignidade social dos trabalhadores”.

O Governo, através da ministra da Administração Pública, Emprego e Segurança Social, Teresa Dias Rodrigues, em declarações à Rádio Nacional de Angola reiterou a disposição para o diálogo, mas sublinhou que "nós não podemos dar o que não temos”.

A proposta dos sindicatos foi de um salário mínimo nacional de 245 mil kwanzas, cerca de 300 mil dólares, que o Executivo classifica de "sonhadora".

As centrais sindicais, em negociações com o Governo, reduziram a proposta para 100 mil, cerca de 120 dólares, que também não foi aceite.

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