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"A história não é dos vencedores, é do povo", diz Bispo do Namibe


Dom Dionisio Hisilenapo, Bispo Namibe
Dom Dionisio Hisilenapo, Bispo Namibe

Bispo condena destruiçao de marcos coloniais após a independencia que "fazem parte da história de Angola"

Dom Dionísio Hisilenapo, Bispo de Namibe, lamentou o que disse ser a existência de uma hisória íntegra de Angola.

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“A história não é dos vencedores, é do povo”, disse o bispo durante a homilia de celebração eucarística por ocasião do 165º aniversário da cidade do Namibe (antiga Moçâmedes), que teve lugar na passada segunda-feira, na Sé Catedral da Diocese do Namibe,.

“Ouvi que no ano de 1975, quando tomamos as cidades com a nossa Independência destruíram tudo que indicava a história das nossas cidades e vilas. Com catanas, pedras e outros meios destruidores, derrubamos tudo, hoje, como descrevermos a nossa história? Não temos memória, até as estatuas destruímos, meus irmãos, as nossas cidades não foram construídas em 1975, têm historia”, disse o prelado.

“A história não é dos vencedores, a história é de um povo. Parece-me que nós africanos precisamos de caminho para fazeremos história, por isso é que não temos histria até agora, 35 anos depois da independência não há nenhuma historia escrita, não há, porque não temos memória histórica,” disse.

Um esforço deverá ser dado pelos académicos no sentido de se repor a verdade do passado angolano, sem paixão pelas camisolas político-partidárias, porque, sublinha o prelado "não há futuro sem o passado". Dom Dionísio Hisilenapo foi mais longe e afirmou que “ um povo é respeitado pelos outros povos quando tem história”.

Os varredores das ruas da cidade do Namibe, maltratados e esquecidos por muitos, foram homenageados pelo Bispo do Namibe.

“Eu quero render singela homenagem aos homens e mulheres trabalhadores da Câmara Municipal de Moçâmedes, o que vós chamais de serviços comunitários, esses homens esquecidos por muita gente, desprezados e ofendidos quando limpam a cidade, por todos nós, porque eles limpam e nós deitamos lixo por qualquer lado”, frisou.

O bispo disse ainda que tem na sua memória o facto de uma senhora, quando circulava pelas artérias da cidade lhes ter atirado, por cima da viatura, um saco de lixo a partir de um prédio como se fosse normal tal comportamento.

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