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Fala África: Edinha Lima e o compromisso com o empoderamento feminino e a educação sobre direitos e deveres nas áreas rurais de São Tomé


Montagem de fotos com a advogada Edinha Lima e as voluntárias da Associação São Tomé de Mulheres Juristas
Montagem de fotos com a advogada Edinha Lima e as voluntárias da Associação São Tomé de Mulheres Juristas

Neste mês dedicado à celebração das conquistas femininas, é impossível não destacar figuras que, através de suas jornadas pessoais e profissionais, contribuem significativamente para a luta pelo empoderamento feminino e a igualdade de género.

Entre essas figuras inspiradoras está Edinha Soares Lima, uma advogada de São Tomé e Príncipe, cujo percurso se destaca não só pela excelência em direito empresarial, trabalhista e fiscal, mas também pelo seu incansável compromisso com o desenvolvimento comunitário e a promoção dos direitos das mulheres.

Fala África: Edinha Lima ressalta a necessidade de mudança de mentalidade para o empoderamento feminino e igualdade de género
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Edinha foi selecionada para o Mandela Washington Fellowship, uma iniciativa lançada pelo ex-Presidente Barack Obama com o objetivo de aprimorar as habilidades de jovens líderes africanos em áreas cruciais como negócios, liderança cívica e gestão pública.

A participação dela no programa em 2016 marcou um ponto de virada em sua vida, tanto pessoal quanto profissionalmente. Antes de sua experiência no YALI (Young African Leaders Initiative), ela nutria o sonho de abrir um escritório de advocacia em São Tomé. Apesar de parecer um objetivo ambicioso na época, o programa deu-lhe a confiança e as ferramentas necessárias para tornar esse sonho uma realidade. “Eu ganhei imenso, cresci imenso, como africana, como jovem,” reflete ela.

Atualmente, Edinha dedica-se a prestar assessoria jurídica a pequenas e médias empresas, desempenhando um papel vital ao apoiar negócios com recursos limitados e promovendo o desenvolvimento econômico local.


Aprendizado e crescimento através da diversidade africana

Durante sua experiência nos Estados Unidos, Edinha teve o privilégio de interagir com colegas de mais de 20 países africanos. Essa rica tapeçaria de culturas e histórias não só aprofundou sua compreensão sobre a complexidade e diversidade do continente africano, mas também moldou sua perspetiva sobre como abordar desafios comuns de desenvolvimento em São Tomé e Príncipe. “Eu sou uma jovem adulta muito mais aberta ao mundo por causa do YALI,” ela compartilha, destacando como a experiência expandiu sua visão e aplicabilidade de soluções inovadoras em seu trabalho para o desenvolvimento econômico local.


Pro Bono: empoderamento feminino em ação
Além de sua prática legal, Edinha dedica-se ao trabalho pro bono, especialmente através da Associação São Tomé de Mulheres Juristas.

“Nós da Associação São Tomé de Mulheres Juristas achamos que, quando disseminamos valores explicamos a essas mulheres os direitos e também os deveres que elas têm como cidadãs, como mães e mulheres, elas estarão mais salvaguardadas e mais capazes de impedir uma violação, por exemplo, dos seus direitos,” explica.

Um dos projetos mais impactantes destacado foi um acampamento solidário, destinado a promover a igualdade de género e equipar as mulheres com conhecimentos e ferramentas para prevenir violações de seus direitos e combater a violência doméstica e o abuso sexual das mulheres em distritos rurais.

“Nós acampamos literalmente. Dormimos num espaço comum com 50 ou 60 mulheres. Tentamos disseminar não só através de palestras ou seminários, mas através de um modo mais informal: cozinhamos, conversamos, preparamos o peixe, a carne, fazemos o milho, fazemos serenatas à noite, e é um trabalho em equipa, que as próprias mulheres rurais trabalham connosco,” conta a advogada.

Edinha acredita firmemente que essas mulheres desempenham um papel crucial no desenvolvimento do país e merecem ser reconhecidas.

Fala África: “Eu sou uma jovem adulta muito mais aberta ao mundo por causa do YALI,” Edinha Lima
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O papel do direito na promoção da igualdade de género

Edinha Soares Lima acredita firmemente no papel crucial do direito na promoção da igualdade de género e no empoderamento feminino. Para ela, as leis não só devem assegurar direitos iguais e oportunidades para mulheres e homens, como também devem ser efetivamente aplicadas para proteger esses direitos. Como advogada, Edinha vê sua contribuição não apenas na advocacia formal, mas também na conscientização e educação da sociedade sobre os direitos e deveres das mulheres.

“Eu penso que o papel ativo que todas as mulheres, não só advogadas, mas juristas também podem ter em São Tomé, é de levar a boa-fé, a ponderação, a justiça social na luta que nós todas travamos todos os dias”, comenta Edinha.


Uma mensagem de mudança

Ao finalizar a entrevista, Edinha enfatiza a importância da mudança de mentalidade para alcançar a igualdade de género e o empoderamento feminino. Ela destaca que essa mudança deve ocorrer em todos os níveis da sociedade, desde a juventude até os mais velhos, e em ambos os géneros. A luta pelo empoderamento feminino e pela igualdade de género é um esforço coletivo, requerendo a participação ativa de todos para construir uma sociedade mais justa e igualitária.

“Nós devemos ter a consciência que somos capazes e que somos merecedoras de alcançar o que desejamos alcançar,” ressalta a advogada.

A história de Edinha Soares Lima é uma fonte de inspiração e um lembrete do poder que cada indivíduo tem de fazer a diferença na sua comunidade e além. Sua trajetória, marcada pela dedicação ao desenvolvimento comunitário, ao empoderamento feminino e à excelência profissional, serve como um modelo para a juventude africana e para todos aqueles comprometidos com a construção de um futuro melhor.

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